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Eu, A Gabi, O Horto e Os Esquisitos.



Eu podia inventar, mas eu não invento, simplesmente acontece comigo.
Eu bem queria ser a mente genial por trás da construção de personagens da vida real, mas me falta o talento necessário.
Deus, em sua infinita criatividade deve ter gasto alguns segundos colocando um radar para que pessoas estranhas me localizem, esta pode ser uma explicação que eu posso aceitar.  Quanto ele quer escolher alguém para viver uma situação mais complicada, mas fica em dúvidas de quem seria mais incapacitado, ele fecha os olhos e aponta, e claro, aponta diretamente pra mim, é assim que ele faz, de olhos fechados ele me acha no meio da multidão. Tudo bem, eu já aceitei, nem discuto mais com ele, aceito, mas o radar, isso não foi realmente legal.
Pessoas estranhas me acham, elas têm GPS com indicação de caminho para achar Marise, a qualquer hora, em qualquer lugar. Tem coisa que só acontece comigo, eu já disse isso, vocês precisam acreditar.
Vínhamos eu e Gabi pra casa depois de irmos a uma festinha na casa da minha Tia Dorinha. Ainda era cedo, antes de nove horas, eu ia em direção ao metrô pra encontrar o Sam e dar uma carona pra ele, e como agora eu sou motorista devidamente legalizada, com carteira e tudo mais, conectada no GPS cerebral, me perdi. Eu me perdi no Horto. Aquele que os Atleticanos dizem que caiu no Horto tá morto. Tinha alguma coisa acontecendo no Estádio Independência, não sei o que era, principalmente porque era cedo demais e ninguém joga nas terças, mas tinha um tanto de ruas fechadas e muitos guardas municipais, até parei ao lado de um e perguntei pra ele onde eu estava e como chegava a um lugar que eu conseguiria ir em direção à minha casa. Ele indicou a rua que tínhamos de descer e lá fui eu. Preciso dizer que enquanto eu procurava uma rua pra ir pra outra rua, uma que eu conhecesse pelo menos, a Gabi achava que estava em um bairro ao lado. Eu errei de rua, ela errou de bairro.
Bem, voltando ao assunto, consegui chegar na avenida que me levaria em direção ao metrô e parei no sinal fechado e vinha um homem e ele olhou diretamente nos meus olhos e o que eu enxerguei foi o meu medo! Ele podia ser um trabalhador, mas pra mim ele era o bandido e vinha nos roubar. Gabi também viu e logo fechou a janela e me falou pra fechar a minha, olhei pra ele novamente e ele vinha direto em nossa direção, nós não piscávamos, nós só nos olhávamos. Olho no olho e nós tínhamos certeza de que ele vinha nos roubar e por isso eu não ia ficar ali parada esperando. Aproveitei que os guardas municipais parados na outra esquina estavam bem longe e de costas e avancei o sinal vermelho, porque é assim, eles veem a gente avançar o sinal, mas não enxergam o bandido vindo. Se algum deles me visse eu seria capaz de subir no passeio só pra explicar o que estava acontecendo e não ser multada, e ainda ia reclamar que eles não estavam na esquina onde eu precisava que estivessem. Demos sorte. O caminho estava livre e logo chegamos na rua onde o Sam nos encontra quando desce do metrô. Paramos.
Pra quê? Me diz! Por que comigo? Por que com a gente?
Vem um cara, um catador de papelão, se aproxima da minha janela e diz:
Oh Dona, vou contar pra Senhora, eu gosto de matar no cemitério. Não dou tiro não. Eu mato é no cemitério. É com macumba, com magia negra, com vodu. Se a pessoa me prejudica, eu mato no cemitério. A Senhora acha que eu estou errado? A pessoa me fez mal, eu vingo, lá no cemitério. O que a Senhora acha?
Eu, enquanto tentava não olhar pra Gabi que estava quase explodindo de medo e de vontade de rir, acho que de nervoso, tentei responder da maneira mais natural possível que ele estava certo, que fizesse o que achasse que devia fazer.
Eu queria arrancar o carro e ir embora, mas o Sam não tinha chegado ainda e eu não podia deixar o Sam enfrentá-lo sozinho! A mãe sou eu, poxa! Eu é que tinha que proteger minhas crias. A Gabi queria que eu arrancasse, eu não conseguia. O homem continuava falando que matar no cemitério era um hobby pra ele, fácil, fácil. Ele não aceitava ser prejudicado, quem prejudica ele mata, no cemitério, tá certo?
De certo modo eu estava preparada, era só ligar a chave porque já estava de primeira e com o pé na embreagem e nada de Sam chegar. E o cara matando no cemitério. Ele pegou uns papelões na caçamba ao lado e virou a esquina, eu respirei aliviada enquanto a Gabi tinha um ataque de riso e eu pedia pra ela parar porque ele podia ouvir, apesar de estar andando em direção à esquina, mas antes que eu pudesse pensar no que fazer ele já estava de volta à minha janela e até disse que podia roubar o meu carro, mas ele não gosta de roubar carro, ele gosta de matar no cemitério. Mal sabia ele que eu estava morrendo de medo e bem longe do cemitério. A Gabi olhando pro lado, tentando segurar o riso e o medo e eu ali, fingindo que estava achando o papo agradável.
Ele voltou pra caçamba e o Sam chegou, eu liguei o carro e já estava partindo antes dele fechar a porta.
E entre risos e nervoso nós contamos pro Sam, que é claro, queria voltar, queria ver o cara matar ele no cemitério e tal e qual, ele ia fazer acontecer! Corri pra casa morrendo de rir, era só o que restava, a gargalhada nervosa, passamos por mais uma e tudo continua bem!

Eu não inventei tudo isso, mas queria ter inventado, seria mais divertido se fosse só minha imaginação e não vida real, e o medo que eu estava de prejudicar o cara?

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6 comentários:

janaina disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk só tu mesmo kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
agora entendi horto é o cemitério do catador

Marise disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk só eu não, só este povo doido que encontro no meio do cemitério, kkkkkkkkkkkk

Marly disse...

Tinha jogo do America, sim... o America existe e ele joga no Horto por mais impossivel que pareça hahahaha.
Entra na rua de ré e fica pronta pra subir voando, o que eu ja encontrei de gente estranha ali que sai daquela rua do lado do metro....

Marise disse...

hahahaha só o américa mesmo pra jogar numa terça! ali só dá gente estranha, inclusive eu, kkkkkkkkkk

Sel disse...

Ah Mamis, só vcs mesmos... kkkkkk

Ói só, tô prá conhecer alguém (ou uma família toooda??) mais "escolhida" q a tua...

O mal é de família... tu te perdes de rua, a Gabi de bairro... Valha-me Deus!!! rsrsrs. Quando for à BH me lembre de não te solicitar como guia, OK??

Ainda bem q tudo acabou bem... e em muitas risadas, claro!!!

Bjs. Inté.

Marise disse...

Sel, hahaha, tá vendo? Fica confirmado, estas coisas só acontecem com a gente mesmo e ainda bem que conseguimos rir depois, tem que ser assim, né? Senão a gente não dá conta! bjs

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