RSS

Like

Fui, mas voltei!



Ontem eu acordei, tomei café, me troquei, coloquei os fones de ouvido e sai de casa. Desci até o ponto de ônibus sozinha. Há muito tempo que eu não ia tão longe sozinha. No meio do caminho eu tive medo, me senti perdida, triste, abandonada. Eu tive vontade de chorar, mas me lembrei que era isso que eu queria, voltar a fazer coisas normais sem depender das pessoas. Não que eu não goste da companhia, eu gosto, mas não é bom não ter segurança pra sair sozinha ou dirigir. Eu fiquei uns cinco meses sem dirigir e o mesmo tempo sem sair de casa sozinha. Até teve um dia que eu tinha que ir no INSS e meu marido me levou e depois de resolver meu problema eu devia ligar para a Marly me buscar, mas eu achei que estava boa e resolvi voltar de ônibus. Nossinhora! Dois quarteirões e eu me estabaquei no chão, uma senhora de muito mais idade que eu me ajudou a levantar e juntas fomos caminhando até o ponto do ônibus. Ela tinha ido lá pra ver a pensão do filho que morreu. Fiquei triste por ela que entrou no ônibus e foi embora. Quando eu tentei entrar no ônibus que me traria pra perto de casa eu não consegui. Eu empaquei na porta do ônibus feito uma vaca burra. Eu não consegui levantar as pernas e ter força suficiente para impulsionar meu corpo pra cima dos degraus. Me virei e pedi ao Senhor que estava atrás de mim pra me empurrar porque eu não ia conseguir subir se ele não me ajudasse. Sentei aos prantos dentro do ônibus e uma moça começou a conversar comigo e me acalmar. Ela estava triste porque tinha acabado de descobrir que é hipertensa, ai eu contei meu caso e ela esqueceu a tristeza na mesma hora e reconheceu que pressão alta é um problema pequeno perto do meu, assim como o meu problema é pequeno perto de alguns problemas de outras pessoas. Quando ela desceu, já dentro do meu bairro, eu desci também, eu não ia ficar sozinha dentro daquele ônibus, eu preferia seguir uma desconhecida. Desci, peguei um taxi, fui pra casa e pensei, nunca mais! Eu não devia ter feito o que fiz, principalmente porque já tinha passado por um situação desesperadora quando extremamente estressada eu me perdi, não sabia onde estava e pra que lado era minha casa. Como estava saindo de uma audiência pra resolver meu seguro médico a partir da minha demissão do Banco Rural eu estava nervosa. A advogada teve que me colocar dentro de um taxi e eu pedi ao motorista pra ir na direção de Santa Efigênia. Não lembro de ligar pra Gabi, mas liguei e aos poucos fui voltando e percebendo onde estava. Depois destes dois acontecimentos eu fiquei muito feliz em sobreviver porque a família caiu matando em cima de mim, eu não precisava ter passado por nada disso, mas eu sou uma mula, ou uma vaca, ou uma vacamula ou uma mulavaca.
Mula esta que hoje conseguiu, foi e voltou pra casa e aprendi um monte sobre a alimentação pra quem tem insuficiência renal, eu já fazia dieta, mas esta nutricionista é especialista nestes casos. Entreguei a lista de alimentos pro marido ver, sabem o que ele me disse? 
"Uai, mas você não pode comer nada!"
Pois é, eu não posso comer nada e consigo ser gorda, hahaha! 

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

0 comentários:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...